quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

PENSAMENTOS



            “Nós somos o que pensamos”, já que moramos, em essência, na casa vibratória de nossos próprios pensamentos.

            O tema a ser pesquisado refere-se, em particular, às consequências benéficas e maléficas produzidas pelos nossos próprios pensamentos, emitidos no decorrer do dia-a-dia.

                       
Nos livros “Minha Mente, Meu Mundo”, de Walter Barcelos e “Os Poderes da Mente”, de Suely Caldas Schubert, os autores nos esclarecem com muita objetividade o seguinte:
            O pensamento é criação do espírito e não propriamente do cérebro físico.
            O cérebro, por mais complexo e maravilhoso que seja, é instrumento das funções psíquicas da mente, que é parte integrante do espírito. Assim, a mente é a sede dos nossos pensamentos e o arquivo dos conhecimentos, adquiridos nesta e nas encarnações anteriores. Por isso, quando usamos a expressão “educar a mente”, é o mesmo que dizer “educar o espírito”.

            Um ponto relevante é que o próprio fundador da Parapsicologia, em 1927, nos Estados Unidos, Joseph Rhine, declarou que a mente não é física; ela age sobre o mundo material por vias extrafísicas.
            Esta concepção não deixa dúvida de que é através do cérebro que o espírito encarnado pode transmitir seus pensamentos. Este órgão físico que contém dezenas de bilhões de neurônios tem a função orgânica de registrar os pensamentos e traduzi-los em palavras para poder externá-los.
            Partindo dessas informações, vemos o quanto é importante nos esforçarmos para educar e disciplinar a nossa mente que, de uma forma simbólica, é a “casa viva” onde cada um de nós reside, conforme nossas próprias convicções.

            Cada ser humano respira na faixa de claridade ou de sombra, ou então, de alegria ou de dor, em que se situa no curso de sua vida.
            Hoje em dia, já temos consciência de que a nossa saúde mental depende de como pensamos e nos conduzimos no decorrer de cada encarnação.
            Quando afligimos a mente, muitas vezes por ninharias, alteramos as funções do corpo, ficando sujeitos às perturbações orgânicas das mais diversas. Por isso, compete a cada um de nós, se quisermos gozar saúde e bem-estar, promover uma revisão completa em nossos arquivos mentais, desembaraçando-nos, principalmente, de tudo o que representa intolerância, irritabilidade, rancor, revolta, ódio e medo.

Além dessa inteligente providência, devemos apelar para outros recursos, tais como a boa leitura, a meditação, a oração e a conversa sadia e elevada, como se fizéssemos uso de “fortificantes e antibióticos” mentais.
Vemos que a própria pessoa, através do conhecimento, da vontade e da perseverança, pode atuar na recuperação de sua saúde física e espiritual.

Quanto aos pensamentos, esclarece Dr. Carlos Toledo Rizzini, médico, cientista e botânico, em seu livro “Evolução Para o Terceiro Milênio”, que os pensamentos são fluxos fluídicos, considerados como matéria sutil do corpo espiritual e, pelo fato de serem concretos, em dadas circunstâncias, eles podem perdurar longamente no espaço.

Expõe Dr. Rizzini que os pensamentos, aliados à vontade, são forças prodigiosas e que dispõem de “potência criadora”, e constituem forças plasticizantes e organizadoras. Ambas são capazes de plasmar a matéria, criando tecidos. Por isso, curas rápidas e completas decorrem desse poder organizador.

Alerta, então, Dr. Rizzini, dando os seguintes conselhos: o pensamento sombrio adoece o corpo são e agrava os males do corpo enfermo. E, mais: toda tensão mental acarreta distúrbios de importância no corpo físico. Cultivar melindres e desgostos, irritação e mágoas, é intoxicar, por conta própria, a tessitura da vestimenta corpórea, arrasando, consequentemente, sangue e nervos, glândulas e vísceras.

Em suma, conclui Dr. Rizzini, enfermidade e cura dependem da natureza e direção do pensamento, que é o produto peculiar da mente.

Consta do livro citado “Os Poderes da Mente”, que em 16 de Junho de 1998, o jornal “O Globo”, publicou a notícia de que uma sonda criada pelo pesquisador neurocientista americano Brian Salzberg, da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, possibilitou que cientistas britânicos, pela primeira vez no mundo, fotografassem e gravassem em vídeo um pensamento, que aparece na foto como um “flash” cruzando o cérebro.
Esta fotografia mostra os sinais elétricos que formam o pensamento viajando pelas células cerebrais, a mais de 450 quilômetros por hora. A foto foi obtida graças a uma técnica chamada “sonda potencia métrica”.

Essas são as primeiras imagens da base do pensamento surgidas e que mostram os neurônios trabalhando sincronicamente para que o cérebro possa gerar o pensamento.

Vejamos agora o quanto é fácil elaborarmos pensamentos negativos.
Sem perceber as criaturas são atraídas por aspectos sombrios da vida, por conversações deprimentes e, o que é pior, quando a sós, dão asas à imaginação que lhes incute temores, acabando por alimentar ideias pessimistas que culminam em tristeza, revolta ou desânimo.

Mas não ficam apenas nisto. De acordo com o que pensam, ligam a TV e dão preferência aos programas que relatam as tragédias do cotidiano, seus conflitos e dramas. E o mesmo ocorre também com sua leitura, filmes e músicas.

O resultado de tudo isso são pensamentos negativos do tipo: eu não consigo, não quero, não posso, não aquento, não tenho forças, e assim por diante.

Diante deste quadro, é importante refletirmos que tudo que somos hoje tem as suas causas no passado, quando não decorrem de ações viciosas do presente. Portanto, a cada dia preparamos a nossa herança para os dias vindouros.

Certa vez, uma mensagem psicografada por Chico Xavier, disse Emmanuel:
“Nossos pensamentos são paredes em que nos enclausuramos ou asas com que progredimos às mais altas virtudes”.

E para concluir este tema tão absorvente, Lauro Trevisan, estudioso da ciência do poder da mente, em seu livro “A Cura Pela Palavra”, nos dá os seguintes conselhos:
Devemos tomar cuidado com o que pensamos já que os nossos pensamentos se materializam pela solicitação da nossa energia mental.

E é do pensamento cheio de energia que se produzem a saúde e as forças física e mental, mas é também através dele que a nossa vida pode se transformar num caos.

Em vista disso, sugere Lauro Trevisan, que a pessoa deve criar em sua mente a semente de valores e de bem-estar.

O primeiro passo a dar é limpar a mente, enchendo-a com pensamentos construtivos e positivos, envolvendo-os com bons sentimentos.

Para finalizar, reflitamos na essência desta narrativa intitulada, “A Arte de Viver”, de Yogananda, guru indiano considerado uma das nobres figuras espirituais do século XX:
“Certa vez um discípulo perguntou a Yogananda: _ Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes e algumas indiferentes. E pior, mestre, sinto ódio das que são caluniadora, e sofro com as que mentem.
Yogananda, querendo ajudá-lo, o advertiu: _ Viva como as flores.
Espantado, o rapaz quis saber como é viver como as flores.
O mestre, então, apontando as flores que cresciam no jardim, disse:
_ As flores nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas. Extraem do adubo mal cheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.
Yogananda concluiu esta profunda imagem acrescentando:
_ É justo, meu rapaz, angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que as dos outros o importunem. Os defeitos deles são deles e não seus. Se não são seus não há razão para aborrecimento.
_Por isso, exercite você, a virtude de rejeitar todo o mal que vem de fora. Isto é viver como as flores.”

Y.M.B.C.