Num artigo publicado no
“Reformador”, Mauro Paiva Fonseca faz uma explanação sobre este assunto, com
uma abordagem clara e objetiva.
Inicia dizendo que nós
vivemos num campo vibratório, gerado não só pelas mentes dos seres humanos,
como também pelas dos Espíritos desencarnados, que juntas compõem a
coletividade do planeta Terra.
Os dois planos,
material e o espiritual do mundo em que vivemos, irradiam ininterruptamente
energias mentais heterogêneas que são absorvidas pelas mentes que lhe são
afins, ou então, repelidas pelas mentes que lhe são adversas.
Portanto, a qualidade
da energia que absorvemos irá depender do nosso grau de conhecimento que nos
permitirá discernir, com acerto, entre o bem e o mal, o certo e o errado, o
elevado e o inferior.
Esta explicação de
Mauro Paiva Fonseca nos faz ver a importância, no curso de nossas vidas, de
termos uma mente esclarecida e equilibrada, porque é exatamente ela que nos
manterá a salvo do risco de absorvermos essas energias inferiores que poluem a
crosta terrestre.
Outro ponto importante
é estarmos atentos à natureza dos pensamentos que habitualmente alimentamos.
Os pensamentos
negativos, tais como a intolerância, a ira, a vingança, o desespero e tantos
outros dessa natureza, geram em nosso organismo, conforme a sua intensidade,
estados vibratórios venenosos.
Essas vibrações venenosas penetram o
nosso corpo fluídico - o perispírito- e, em seguida, irrompem no corpo físico
sob a forma de enfermidades de difícil diagnóstico médico.
No entanto, os pensamentos de
serenidade, mansuetude, bondade e resignação aos fatos imutáveis da vida, e
outros do mesmo teor, mantém-nos o estado espiritual sadio, nos proporcionando
uma saúde equilibrada e alegria de viver.
Dentro desse
procedimento cada pessoa receberá, através da sintonia, uma boa ou má energia,
sempre de acordo com a natureza de seus próprios pensamentos.
Vejamos, agora, a pior
das sintonias que podemos captar pela invigilância de nossos pensamentos: a
obsessão.
Entre os vários graus do
processo obsessivo, focalizaremos apenas a invigilância dos nossos pensamentos
e da nossa conduta.
Izaias Claro, em seu
livro “Vencendo Aflições”, esclarece que toda obsessão acontece da perfeita
sintonia entre o obsessor e o obsediado.
Explica que os que
partem da Terra, desencarnando fortemente imantados aos vícios, têm
dificuldades de se desligarem do plano material, e por isso permanecem
perambulando junto a nós, a procura daqueles que lhes proporcionarão meios de
continuar com seus vícios interrompidos.
Esses Espíritos
sedentos e ansiosos utilizam-se de pessoas afins para absorver suas emanações
viciadas.
Consta que o número
dessas vítimas que padecem do processo da obsessão espiritual, é muito grande,
já que o número de viciado na Terra cresce dia-a-dia.
Izaias Claro nos dá,
então, os seguintes conselhos: Nós não devemos nos permitir deslizes morais, e
para isso, é preciso estarmos sempre vigilantes para que possamos mudar os
clichês mentais viciados e remover da mente as imagens negativas por nós
alimentadas.
Outra medida importante
contra esses assédios é orarmos e meditarmos, e nesses momentos, refletirmos
sobre os reais valores da vida.
Como também, devemos por em prática a
terapia preventiva, que consiste em cultivarmos os pensamentos otimistas e
sadiamente operantes, como no trabalho fraternal de solidariedade, e no serviço
ao próximo.
Existe outro perigo que afeta muitas
pessoas por não cuidarem da qualidade de sua energia mental: é o caso da
auto-obsessão.
Denomina-se auto-obsessão a influência
obsessiva da alma sobre si mesma.
A criatura passa a ser “a opressora de
si própria”, criando um verdadeiro campo de batalha em seu mundo interior, e
provocando alterações de comportamento físico, emocional e mental.
Suely Caldas Schubert, em seu livro “Os
poderes da Mente”, esclarece que o ser humano não raramente é o obsessor de si
mesmo.
Declara que esta afirmação é de Allan
Kardec, e que é tão atual que a cada dia vemos sua comprovação.
Allan Kardec acrescenta que alguns
estados doentios e certas aberrações atribuídas aos desencarnados, são, na
verdade, do Espírito do próprio indivíduo.
Esclarece, então, Suely Schubert, que a
auto-obsessão caracteriza-se pelas ideias fixas que a pessoa tem de si mesma e
que, às vezes, se apresentam mascaradas como zelo pessoal: cuidados exagerados
com o corpo e com a saúde.
A princípio, esses cuidados se
apresentam como normais, mas logo se tornam ideias obsessivas.
Para que essa pessoa se liberte da
auto-obsessão em que se encontra, é necessário exercitar a auto-observação,
aprendendo a testemunhar seus próprios pensamentos, suas emoções e suas
atitudes.
Com essa visão interior que não acusa,
nem julga, mas unicamente observa, ela pode conhecer a causa que originou sua
auto-obsessão.
Terá, então, que assumir a
responsabilidade do seu desequilíbrio, e não atribuir o seu problema à ação
direta dos Espíritos desencarnados, nem tampouco a lançar culpa nos outros: na
família, nas pessoas com quem convive, nas existências passadas, ou então, nas
regras injustas da sociedade.
A rigor, nessa postura está o início da
cura de auto-obsessão.
Y.M.B.C.