terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

A INTUIÇÃO



As citações deste tema foram baseadas nos conhecimentos de vários autores conceituados, destacando-se entre eles os seguintes:
Alberto de Souza Rocha, em seu livro “Espiritismo e Psiquismo”; James Van Praagh, em seu livro “O Despertar da Intuição” e Edgard Armond, em seu livro “Mediunidade”.

Segundo esses estudiosos, a intuição é a origem que recebemos da própria alma e que surge naturalmente, no momento em que a nossa mente está calma o suficiente para que possamos ouvir, sem distorções, o conselho certo da voz interior.

É exatamente está profunda faculdade de nosso ser que nos leva a compreender e a aceitar a verdade cósmica, a verdade divina, que existe, em forma potencial, em nossa alma.

Portanto, é através da intuição que tomamos consciência de que Deus é a verdade única e eterna; é a inteligência suprema que está presente em toda a criação universal, da qual somos partícula viva, operante e sensível.

É óbvio que esta plena aceitação ocorre quando a pessoa já adquiriu a sua própria sabedoria, a sua própria visão, o que lhe permite entender com maior profundidade o mistério da existência.

Este nível espiritual a que nos referimos, nada tem a ver com o nível intelectual.

Este é o motivo pelo qual a intuição não pode ser explicada cientificamente, já que o fenômeno em si é irracional, isto é, foge ao raciocínio, portanto, não é científico.

Para entendermos melhor essas informações sobre a intuição, imaginemos uma escada dividida em três partes:

A primeira parte, a mais baixa, é a do instinto, é a força da natureza inconsciente no homem, que sempre o acompanhou desde os primórdios dos tempos.

A segunda parte da escada, a do meio, é a do intelecto, que nos faz conhecer o mundo ambiente em que vivemos.

E a terceira parte da escada, a mais alta, é a da intuição, que é a vidente. Vê a verdade que se encontra no recôndito do subconsciente ou superconsciente, segundo a nomenclatura de alguns autores, parte integrante do campo mental e onde se encontra arquivado todo o nosso cabedal de conhecimentos adquiridos através das sucessivas encarnações em nossa marcha evolutiva.

Com esse simbolismo da escada, fica mais fácil sentirmos a grande diferença existente entre o intelecto e a intuição.

O intelecto se apoia na razão que tem como função, medir, pesar, dividir, analisar e concluir, o que a torna metódica, mecânica e limitada.

Já a intuição se apoia na fé, porque somente crê e confia. Ela é ilimitada, independente de qualquer lei. Isto ocorre porque a intuição se exerce na esfera do espírito livre que não obedece a convenções, preconceitos ou leis humanas.

De tudo o que foi exposto uma coisa ficou bem clara: é que a verdade divina, só é percebida pelo indivíduo por meio da intuição.

No futuro, o ser humano renovado que venceu a si mesmo, vencendo o domínio da matéria grosseira, será realmente um ser intuitivo.

Diz Dr. Alexis Carrel que todos os grandes homens são dotados de poder intuitivo. Eles sabem, sem raciocínio e sem análise, o que lhes importa saber.

Por sua vez, o mestre indiano Osho, acrescenta que todos grandes cientistas têm conhecimento dessa verdade.
Eles têm consciência de que as suas grandes descobertas foram feitas não pela razão, mas, sim, pela via da intuição.

Cita Osho, em seu livro “Intuição”, dois exemplos bem diferentes que nos mostram como, às vezes, ocorre a intuição.

Primeiro vejamos o caso que se passou com Madame Curie.

Madame Curie, nascida em Varsóvia, física e química, e grande colaboradora de seu marido Pierre Curie, trabalharam três anos num determinado problema. Mas, apesar de tentar resolvê-lo por meio de vários ângulos, todos fracassaram. Numa noite completamente exausta ela chegou à conclusão de que havia desperdiçado três anos de sua vida. Resolveu abandonar aquele problema e foi dormir. No meio da noite, ela se levantou dormindo, foi até à sua mesa de trabalho e escreveu a solução. Pela manhã, qual não foi sua surpresa ao encontrar a resposta correta sobre a mesa, de imediato, reconheceu a sua caligrafia.

Naquele momento, Madame Curie reconheceu que o caminho para a solução do problema não estava na razão, mas, sim, na intuição.

O outro caso, também, comprovado, aconteceu com uma indiana chamada Shakuntala.

Esta mulher exibiu o seu poder de intuição em diversas universidades ao redor do mundo.
É bom esclarecer que ela não era uma matemática, nem mesmo possuía muita instrução. No entanto, despertou a curiosidade até de Albert Einstein a quem deu uma estranha demonstração, na presença de outras pessoas.
Sentada à frente de um quadro-negro, com um giz na mão, as pessoas faziam-lhe qualquer tipo de pergunta sobre matemática, e mal haviam terminado a pergunta, ela já começava a escrever a resposta.

Albert Einstein deu a ela um certificado que dizia: “Fiz a essa mulher uma pergunta que levei três horas para responder, porque tive de seguir um método. Sei que ninguém pode fazer isso em menos tempo do que eu. Outros poderão levar até seis horas ou mais”.

Os números eram tão grandes que ela precisou de todo quadro-negro para escrever a resposta. Einstein, impressionadíssimo, perguntou a ela, como conseguia fazer isso. A indiana respondeu:_ Não sei como consigo fazer isso, simplesmente acontece. Você me pergunta e os números começam a aparecer diante dos meus olhos, de algum lugar de dentro de mim.

Osho, que a conheceu pessoalmente e pode estudar a sua faculdade intuitiva, declara que essa mulher nasceu com a intuição desperta, e que com essa faculdade poderia ter se tornado uma iluminada, mas, infelizmente, ela se tornou apenas um objeto de exposição.

Na realidade mesmo as pessoas comuns, têm seus lampejos de intuição que as ajudam, em certas circunstâncias, a solucionar problemas aparentemente insolúveis
.
Vamos concluir este tema com um importante conselho: não confundir inspiração com intuição, conforme esclarece a Doutrina Espírita.

James Van Praagh, famoso médium e conferencista americano da atualidade, autor de vários livros, nos alerta da necessidade de aprendermos a distinguir a nossa voz interior, que chega à nossa consciência através da intuição, da voz dos espíritos que chega até nós pela inspiração.

Ninguém melhor para nos dar essa orientação do que o próprio Allan Kardec, codificador da Doutrina Espírita.

Allan Kardec, em “O Livro dos Médiuns”, cap. XV, pgs. 224 a 226, explica que a inspiração, nos vem dos espíritos que nos influenciam tanto para o bem como para o mal, dependendo apenas do fator sintonia.
Diz Kardec que todos têm seus espíritos protetores e familiares que nos ajudam sugerindo ideias salutares por meio da inspiração, e que o fazem através do pensamento. Esclarece também, que existe a mediunidade inspirada e intuitiva, sendo que a intuitiva se processa através da psicografia.

A título de informação, no livro “Do ABC ao Infinito”, volume II – tomoII – pags. 181 a 183, o autor José Náufel, esclarece este assunto referente a mediunidade, com maior clareza e detalhes.

Portanto, o tema abordado diz respeito apenas a “faculdade de intuição” que chega à nossa consciência vinda do recôndito de nossa própria alma, e que é uma conquista nossa adquirida através do processo evolutivo.





Y.M.B.C.