As
citações deste tema foram baseadas nos conhecimentos de vários autores
conceituados, destacando-se entre eles os seguintes:
Alberto de Souza Rocha, em
seu livro “Espiritismo e Psiquismo”; James
Van Praagh, em seu livro “O Despertar da Intuição” e Edgard Armond, em seu livro “Mediunidade”.
Segundo
esses estudiosos, a intuição é a origem que recebemos da própria alma e que
surge naturalmente, no momento em que a nossa mente está calma o suficiente
para que possamos ouvir, sem distorções, o conselho certo da voz interior.
É
exatamente está profunda faculdade de nosso ser que nos leva a compreender e a
aceitar a verdade cósmica, a verdade divina, que existe, em forma potencial, em
nossa alma.
Portanto,
é através da intuição que tomamos consciência de que Deus é a verdade única e
eterna; é a inteligência suprema que está presente em toda a criação universal,
da qual somos partícula viva, operante e sensível.
É
óbvio que esta plena aceitação ocorre quando a pessoa já adquiriu a sua própria
sabedoria, a sua própria visão, o que lhe permite entender com maior
profundidade o mistério da existência.
Este
nível espiritual a que nos referimos, nada tem a ver com o nível intelectual.
Este
é o motivo pelo qual a intuição não pode ser explicada cientificamente, já que
o fenômeno em si é irracional, isto é, foge ao raciocínio, portanto, não é
científico.
Para
entendermos melhor essas informações sobre a intuição, imaginemos uma escada
dividida em três partes:
A
primeira parte, a mais baixa, é a do instinto,
é a força da natureza inconsciente no homem, que sempre o acompanhou desde os
primórdios dos tempos.
A
segunda parte da escada, a do meio, é a do intelecto,
que nos faz conhecer o mundo ambiente em que vivemos.
E a
terceira parte da escada, a mais alta, é a da intuição, que é a vidente. Vê a verdade que se encontra no
recôndito do subconsciente ou superconsciente, segundo a nomenclatura de alguns
autores, parte integrante do campo mental e onde se encontra arquivado todo o nosso
cabedal de conhecimentos adquiridos através das sucessivas encarnações em nossa
marcha evolutiva.
Com
esse simbolismo da escada, fica mais fácil sentirmos a grande diferença
existente entre o intelecto e a intuição.
O intelecto se apoia na razão que tem
como função, medir, pesar, dividir, analisar e concluir, o que a torna
metódica, mecânica e limitada.
Já a
intuição se apoia na fé, porque
somente crê e confia. Ela é ilimitada, independente de qualquer lei. Isto
ocorre porque a intuição se exerce na esfera do espírito livre que não obedece
a convenções, preconceitos ou leis humanas.
De
tudo o que foi exposto uma coisa ficou bem clara: é que a verdade divina, só é
percebida pelo indivíduo por meio da intuição.
No
futuro, o ser humano renovado que venceu a si mesmo, vencendo o domínio da
matéria grosseira, será realmente um ser intuitivo.
Diz Dr.
Alexis Carrel que todos os grandes homens são dotados de poder intuitivo. Eles
sabem, sem raciocínio e sem análise, o que lhes importa saber.
Por
sua vez, o mestre indiano Osho, acrescenta que todos grandes cientistas têm
conhecimento dessa verdade.
Eles
têm consciência de que as suas grandes descobertas foram feitas não pela razão,
mas, sim, pela via da intuição.
Cita
Osho, em seu livro “Intuição”, dois exemplos bem diferentes que nos mostram
como, às vezes, ocorre a intuição.
Primeiro
vejamos o caso que se passou com Madame Curie.
Madame
Curie, nascida em Varsóvia, física e química, e grande colaboradora de seu
marido Pierre Curie, trabalharam três anos num determinado problema. Mas,
apesar de tentar resolvê-lo por meio de vários ângulos, todos fracassaram. Numa
noite completamente exausta ela chegou à conclusão de que havia desperdiçado
três anos de sua vida. Resolveu abandonar aquele problema e foi dormir. No meio
da noite, ela se levantou dormindo, foi até à sua mesa de trabalho e escreveu a
solução. Pela manhã, qual não foi sua surpresa ao encontrar a resposta correta
sobre a mesa, de imediato, reconheceu a sua caligrafia.
Naquele
momento, Madame Curie reconheceu que o caminho para a solução do problema não
estava na razão, mas, sim, na intuição.
O
outro caso, também, comprovado, aconteceu com uma indiana chamada Shakuntala.
Esta
mulher exibiu o seu poder de intuição em diversas universidades ao redor do
mundo.
É
bom esclarecer que ela não era uma matemática, nem mesmo possuía muita
instrução. No entanto, despertou a curiosidade até de Albert Einstein a quem
deu uma estranha demonstração, na presença de outras pessoas.
Sentada
à frente de um quadro-negro, com um giz na mão, as pessoas faziam-lhe qualquer
tipo de pergunta sobre matemática, e mal haviam terminado a pergunta, ela já
começava a escrever a resposta.
Albert
Einstein deu a ela um certificado que dizia: “Fiz a essa mulher uma pergunta
que levei três horas para responder, porque tive de seguir um método. Sei que
ninguém pode fazer isso em menos tempo do que eu. Outros poderão levar até seis
horas ou mais”.
Os
números eram tão grandes que ela precisou de todo quadro-negro para escrever a
resposta. Einstein, impressionadíssimo, perguntou a ela, como conseguia fazer
isso. A indiana respondeu:_ Não sei como consigo fazer isso, simplesmente
acontece. Você me pergunta e os números começam a aparecer diante dos meus
olhos, de algum lugar de dentro de mim.
Osho,
que a conheceu pessoalmente e pode estudar a sua faculdade intuitiva, declara
que essa mulher nasceu com a intuição desperta, e que com essa faculdade
poderia ter se tornado uma iluminada, mas, infelizmente, ela se tornou apenas
um objeto de exposição.
Na
realidade mesmo as pessoas comuns, têm seus lampejos de intuição que as ajudam,
em certas circunstâncias, a solucionar problemas aparentemente insolúveis
.
Vamos
concluir este tema com um importante conselho: não confundir inspiração com
intuição, conforme esclarece a Doutrina Espírita.
James Van Praagh,
famoso médium e conferencista americano da atualidade, autor de vários livros,
nos alerta da necessidade de aprendermos a distinguir a nossa voz interior, que
chega à nossa consciência através da intuição, da voz dos espíritos que chega
até nós pela inspiração.
Ninguém melhor para nos dar essa orientação do que o próprio Allan Kardec, codificador da Doutrina
Espírita.
Allan
Kardec, em “O Livro dos Médiuns”, cap. XV, pgs. 224 a 226, explica que a
inspiração, nos vem dos espíritos que nos influenciam tanto para o bem como
para o mal, dependendo apenas do fator sintonia.
Diz
Kardec que todos têm seus espíritos protetores e familiares que nos ajudam
sugerindo ideias salutares por meio da inspiração, e que o fazem através do
pensamento. Esclarece também, que existe a mediunidade inspirada e intuitiva,
sendo que a intuitiva se processa através da psicografia.
A
título de informação, no livro “Do ABC ao Infinito”, volume II – tomoII – pags.
181 a 183, o autor José Náufel, esclarece este assunto referente a mediunidade,
com maior clareza e detalhes.
Portanto,
o tema abordado diz respeito apenas a “faculdade de intuição” que chega à nossa
consciência vinda do recôndito de nossa própria alma, e que é uma conquista
nossa adquirida através do processo evolutivo.
Y.M.B.C.