quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

ANÁLISE SOBRE O PODER DA FÉ E DA ORAÇÃO

            Segundo Dr. Carlos Toledo Rizzini, cientista, a fé é uma luz interna poderosa que nos permite aceitar, antes que os olhos vejam e os ouvidos ouçam as realidades da vida espiritual.

            Ela é, portanto, construção de nosso mundo interior, dando origem às outras virtudes, e fazendo com que cada um de nós funcione como orientador e operário de si mesmo.

            Dentro deste ponto de vista, é impossível ter fé, quando o campo íntimo da criatura é torturado por excessivas ansiedades mundanas, juntamente com enganos e ambições inferiores.

            Diz Dr. Rizzini que há em toda alma dois centros: o de ação e o de expressão, que é a manifestação do pensamento.

            Quando o centro de ação, que revela a personalidade, o ego, com suas paixões, fraquezas e inconstâncias, for o regulador de nossa maneira de ser, nossa vida será semeada de provações e males.

            Já o outro centro, o interno, profundo e imutável é ao mesmo tempo, a sede da consciência e a fonte da vida espiritual. Somente quando este centro profundo da alma domina o outro, o do ego humano,é que se revelam as nossas potências ocultas, permitindo, então, ao espírito se firmar em toda a sua grandeza. É através deste centro profundo do ser que entramos em comunhão com Deus, em nossas preces ou nos momentos de meditação.

            Dr. Rizzini, orienta, que a persistência da vontade e da fé nos permitirá construir para nós uma personalidade melhor, mais radiante, vencendo as nossas inferioridades e beneficiando a nossa saúde física e mental.

            Hermínio Miranda, em seu livro “Cristianismo: a mensagem esquecida” acrescenta que a fé não pode ser passiva, de braços cruzados. É preciso que ela seja ativa, construtiva, fraterna e fortalecida na esperança e na caridade.

            A fé unida à esperança e a caridade, é que permite ao ser humano, sentir-se inteiramente em paz consigo mesmo e com a vida.

            Vemos através de Hermínio Miranda, que não se deve pregar à fé cega e passiva, conformada, a espera que tudo aconteça em nosso proveito, sem trabalho pessoal.
            Ao contrário, devemos ter uma fé dinâmica e devotada ao serviço da coletividade e ao serviço individual.

            Por sua vez Lauro Trevisan, em seu livro “O Poder Infinito da Oração”, ao se referir a fé diz o seguinte: Quando a pessoa descrê que a sua oração será atendida, ela está na verdade, fazendo ao mesmo tempo duas orações.
            A primeira, a que deseja que aconteça; e a segunda, a oração contrária, pela qual acredita que não vai acontecer. Neste caso, é esta última a que se realiza, já que todo pensamento acreditado se concretiza.

            Portanto, ter fé é crer firmemente na realização de seus anseios.
            Razão por que Jesus foi tão categórico quando afirmou, em diversas ocasiões:
“Quem tem fé tudo pode”.
“Tudo é possível àquele que crê”.
“A fé remove montanhas”.

“Certa vez, um discípulo, num mosteiro, perguntou ao Mestre:
_ Há algo mais importante que a oração?
O Mestre, sem responder, pediu que o discípulo fosse até um arbusto próximo e cortasse um ramo.
Quando o discípulo retornou com o ramo, o Mestre lhe perguntou: _ A árvore continua viva?
_Tão viva quanto antes _ disse o rapaz.
Então, vá até lá e corte a raiz.
Espantado o discípulo respondeu: _ Mas senhor, se eu fizer isto à árvore morrerá!
_ Certo, disse o Mestre. Aí está a resposta à sua pergunta: As orações são como ramos de uma árvore, cuja raiz se chama fé.
Pode existir fé sem oração, mas não pode existir oração sem fé.

Quanto à análise a respeito da oração, podemos dizer que é o método de pensamento que liga o homem a Deus.
Ela é a conscientização da presença de Deus em cada um de nós.

Hoje em dia, já se sabe que o pensamento é energia.
E entre os meios de expressarmos esta energia, em forma de pensamentos podemos utilizar a palavra, a ideia, a imaginação e a própria oração.
Mas como a oração encerra conteúdo espiritual, é óbvio que a prece contém tanto a energia mental como espiritual.

Este fato pode ser notado pelos videntes: no momento em que uma pessoa ora com fé e humildade, a sua aura, que é o seu campo magnético, se ilumina. E esta luminosidade pode ser vista pelos videntes.
Essa energia que flui e reflui daquele que ora com fé, pode ser irradiada a outra pessoa, se a prece for dirigida a ela para ajudá-la.
Não há, portanto, barreiras que impeçam que a oração chegue ao seu destino para beneficiar alguém doente ou em situação difícil.
Foi por isso que Jesus afirmou que “a fé remove montanhas”, o que significa que a energia toda poderosa da fé remove qualquer montanha de obstáculos em nossa vida.

Allan Kardec, também, esclarece que são boas as preces de todos os cultos, desde que sejam proferidas com o coração e não somente com os lábios.
A verdadeira oração está longe de consistir numa simples recitação de fórmulas, já que ela é um estado em que a consciência se absorve em Deus.
E este estado não é de natureza intelectual. As almas simples podem sentir Deus tão naturalmente, como sentem o calor do sol e o perfume de uma flor.

Lauro Trevisan, em seu livro “O Poder Infinito da Oração”, observa que quando nós nos envolvemos na suavidade da prece e entramos em comunhão com Deus, nosso corpo relaxa, nosso coração se ilumina e nossa mente entra em estado transcendental.

E em concordância com esta observação de Trevisan, Masharu Tanigushi, fundador do Movimento Seicho-No-Ie, uma das novas religiões do Japão, em certa ocasião afirmou o seguinte: “Não há fisionomia mais bela do que aquela que está em comunhão com Deus, através da prece”.
E esta afirmação de Tanigushi faz sentido, já que o rosto é o espelho da alma.

Para finalizar narrarei um bom exemplo de humildade, sinceridade e fé externado numa prece.

“Consta de uma lenda que, certa vez, Moisés estava andando despreocupadamente, quando passou por um homem simples que orava. Mas a oração que ouviu era tão absurda que Moisés teve que parar. O Homem tinha uma atitude completamente contrária as leis mosaicas, e as coisas que dizia chegavam a ser para Moisés insultantes. Entre alguns dos absurdos, dizia o homem contrito em sua prece:

_ Deixe que eu me aproxime do Senhor, meu Deus!
Prometo que lavarei suas roupas quando estiverem sujas.
Também sou um ótimo sapateiro e lhe farei bons sapatos; os seus já estão tão gastos!
_ Ninguém cuida do Senhor?
E assim continuava o homem a orar.
Moisés horrorizado gritou furioso.
_ Pare com essas bobagens! Com quem pensa que está falando? Com Deus?
_ Onde aprendeu esta monstruosa oração?
O Homem humildemente respondeu:
_ Não aprendi em nenhum lugar. Sou muito pobre, não tenho nenhuma instrução e não sei orar.
Eu falo com Deus de coisas que sei fazer, porque acho que Ele também precisa de cuidados...
E acabou por suplicar a Moisés que lhe ensinasse  a orar.
O homem depois que aprendeu a orar, segundo Moisés, agradeceu-lhe emocionado e foi embora.
Moisés se sentiu aliviado e feliz, achando que acabara de realizar uma grande ação. E olhando confiante para o céu buscou a aprovação de Deus.
Mas, ao contrário do que esperava, Deus zangadíssimo lhe disse:
Moisés, eu o enviei a Terra para que você aproximasse as pessoas de mim, mas acabo de perder um dos meus maiores adoradores.
Com certeza, ele agora está orando exatamente como você lhe ensinou, mas de modo algum estará fazendo uma oração, porque oração, Moisés, nada tem a ver com leis. Oração é amor. E o amor é uma lei em si mesmo, não precisa de mais nada”.

Y.M.B.C.