PREOCUPAÇÕES
Bertrand Russel, filósofo inglês, dos séculos XIX e XX,
disse, certa vez, que as preocupações podem ser evitadas se levarmos em
consideração que as excessivas preocupações e os aborrecimentos delas
decorrentes, e, mais as irritações, são emoções que não resolvem nenhum
problema.
Ao contrário, elas embotam a lucidez de nosso raciocínio,
roubando-nos a energia que nos permitiria encarar de frente os nossos
problemas, e resolvê-los da melhor maneira possível, por pior que eles sejam.
Já o Dr. Alfred Adler, famoso psiquiatra, enfatiza que o
egoísmo é uma fonte de preocupação. A pessoa que vive pensando em si mesma, e
não experimenta nenhum interesse pelo próximo, arrisca-se a mergulhar num
oceano de preocupações a ser tragada por ele. Por esta razão, o Dr. Adler
sempre dizia a seus pacientes que fazer o bem é o melhor estimulante e o melhor
emprego de capital que se possa desejar.
Os seus juros são: a saúde, a paz e a harmonia interior.
Outra causa frequente de preocupação é a demasiada
importância que se dá as críticas alheias.
De um modo geral, a humildade não é o nosso forte. Por
isso, as críticas e as censuras, mesmo as construtivas, são quase sempre mal
recebidas, despertando, muitas vezes, sérios ressentimentos e até indignação.
De acordo com o Dr. Adler, se fôssemos sensatos,
deveríamos analisá-los friamente, para que pudéssemos extrair de tais críticas
algo de útil.
O Espírito Hammed, nos livros “As Dores da Alma” e “Renovando
Atitudes”, nos dá os seguintes esclarecimentos:
Por mais que nos preocupemos com as coisas, com os fatos
e com as pessoas, a reunião de todas essas preocupações não poderá mudar coisa
alguma em nossa vida. Na realidade, esse conjunto de preocupações, apenas
colocará obstáculos as nossas realizações.
Muitas pessoas se preocupam a tal ponto que se esquece de
agir.
Outro fato que Hammed nos chama a atenção é que não
devemos e nem podemos forçar mudanças de atitudes nas pessoas, porque, na
verdade, nós só podemos modificar a nós mesmos.
O nosso livre-arbítrio nos dá a possibilidade de nos
retificarmos, mas não nos dá o direito de querermos modificar os outros,
principalmente por meio de imposições.
Cada ser humano se expressa perante a vida como pode,
pelo fato de que seus desejos, suas metas e objetivos são coerentes com o seu
grau evolutivo. Por isso devemos evitar que a nossa interferência, possa
desviá-lo de metas que tenha assumido na própria Espiritualidade antes de
encarnar.
Hammed acrescenta ainda, que há inúmeras preocupações
sobre as quais não temos controle, como por exemplo: a doença dos outros, a
alegria dos filhos, o amor das pessoas, o julgamento alheio sobre nós, a morte
de familiares e tantas outra situações.
Conclui, Hammed esclarecendo que não devemos confundir
preocupação com prudência ou cautela, porque a previdência e o planejamento,
para que possamos atingir um futuro promissor, são desejos naturais das pessoas
de bom senso.
Relata Dale Carnegie, em seu livro “Como Evitar
Preocupações e Começar a Viver”, que em certa ocasião foi a Filadelfia,
acompanhando um amigo a uma consulta com um famoso especialista em doenças
nervosas, causada pelo excesso de preocupações. Viu na sala de espera uma
grande tabuleta de madeira com os seguintes dizeres, que aliás, ele copiou:
- Descanso e Recreação
–
As forças de mais relaxamento e repouso são: uma religião
saudável, o sono, a música e o riso.
- Tenha fé em Deus.
- Aprenda a dormir bem.
- Ame a boa música
- Veja o lado divertido da
vida.
E a saúde e a felicidade
serão suas.
Dale Carnegie, diz, que esses dizeres confirmam a criação
feita pelo Dr. Alexis Carrel: “Aqueles que conservam a sua paz interior em meio
do tumulto da vida moderna estão imunizados contra as doenças nervosas”.
Vejamos, agora, a opinião de Lauro Trevisan, que é
escritor, conferencista e se dedica há cerca de vinte anos, à ciência do poder
da mente.
Em seu livro “Cure-se, você é seu próprio remédio”, diz
ele que a preocupação não soluciona problemas, pelo contrário, complica tudo,
além de ser uma agressão a saúde.
Por isso, em nosso próprio benefício, devemos nos
disciplinar, fazendo uma coisa de cada vez, distribuindo as prioridades. O correto
é evitarmos os excessos, porque o acúmulo de preocupações gera o acúmulo de
problemas que obrigam o cérebro a liberar mais e mais adrenalina. E essa “pauleira”
diária acaba deteriorando a saúde e provocando até o envelhecimento precoce.
Já Huberto Rohden, em seu livro “O Caminho da Felicidade”,
nos chama a atenção para o fato de que a mania de se fazer psicanálise a torto
e a direita, sem nenhum critério, acaba por criar certo número de doentes
psíquicos.
Comenta Rohden que devido ao fato dessas
pessoas concentrarem a sua atenção em males imaginários ou semi-imaginários,
acabam por torná-los reais. Alerta que aquele que vive a pensar e a falar
constantemente em doenças, acaba por ficar doente.
Segundo
a própria Escritura Sagrada: “O homem é aquilo que ele pensa”.
Podemos
concluir este tema, com a seguinte orientação do Dr. Arthur Caliandro, em seu
livro “Simplificando a Vida”, a preocupação é um inimigo formado de subterfúgio
e névoa. Aconselha que quando surgir uma situação que normalmente o deixará
preocupado, “entre em ação”, cortando a preocupação pela raiz. Lembrando que,
nesses momentos, quando Jesus curava alguém, ele geralmente, dizia as seguintes
palavras: “Vai em paz. Tua fé te curou”.
Essa
lição enfatiza a realidade de que a responsabilidade suprema de avançar é
nossa.
Outras
pessoas podem remover obstáculos do nosso caminho, mas nós somos os principais
motivadores do nosso progresso pessoal.
Diz
Dr. Caliandro que existem dois passos que nos permitem avançar apesar das
preocupações:
- Em
primeiro lugar, faça alguma coisa.
- Em
segundo lugar, coloque a preocupação imobilizante diante de um poder superior,
através da oração plena da fé.
Esta
combinação funciona: ação e contemplação. Pensem nisso.
Para
finalizar reflitam na profundidade da seguinte história que retrata o
verdadeiro significado da paz:
“Um
rei ofereceu um grande prêmio para o artista que melhor retratasse a ideia da
paz.
Após
receber os quadros, o soberano os examinou cuidadosamente e selecionou apenas
dois.
O
primeiro quadro mostrava um lago tranquilo. No céu, viam-se pequenas nuvens
brancas e no canto esquerdo do lago uma pequena casa com a janela aberta e a
fumaça saindo da chaminé, o que sugeria o preparo de um jantar frugal, mas
apetitoso.
Já o
segundo quadro mostrava montanhas pedregosas, com os picos afiados e
escarpados. O céu estava implacavelmente escuro, e das nuvens carregadas saíam
raios e chuva torrencial. A pintura estava em total desarmonia com os outros
quadros enviados. Mas observando cuidadosamente, notava-se, numa fenda da
rocha, o ninho de um pássaro, e ali, no meio do violento rugir da tempestade,
estava calmamente alojada uma andorinha.
Ao
reunir sua corte o rei elegeu o segundo quadro como o que melhor expressava a ideia
da perfeita paz.
E
explicou:_ Paz não é aquilo que encontramos em um lugar sem ruídos, sem
problemas, sem trabalho duro, mas é aquilo que permite manter a calma em nosso
coração, mesmo no meio das situações mais adversas.
Este
é o único e verdadeiro significado da paz”.
Y.M.B.C